Aquele menino de 8 anos de idade, curioso sobre planetas e sistema solar, não imaginaria que, 13 anos depois, representaria o Brasil em uma competição internacional de astronomia e astrofísica, a International Astronomy and Astrophysics Competition (IAAC). Rian Morais Barreto da Silva, de 21 anos, está no primeiro período de Física, no Polo Cederj de Itaperuna, na região Norte Fluminense, e está passando com louvor pelas fases do torneio.
“Apesar de ser a minha primeira experiência internacional, pretendo atingir o pódio, podendo receber qualquer medalha. No futuro, desejo seguir carreira na área de Física de Partículas e Astrofísica, buscando compreender e resolver o problema da assimetria bariônica, a partir do desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial”, afirmou Rian, que é morador de Campos dos Goytacazes.
Aberta aos estudantes do ensino médio e universitários, a competição é composta por três fases e, desde 2019, já teve mais de 14 mil participantes de vários países do mundo. A primeira (Rodada Qualificatória) consistia na resolução de cinco problemas que testavam conhecimentos de astronomia e cálculos. Rian gabaritou a prova garantindo a participação no torneio, cujas etapas acontecem nos dias 28 de maio, com resultado sendo divulgado no dia 05 de junho, e 20 de junho.
A curiosidade pela ciência começou quando Rian tinha 8 anos de idade. “Fiquei intrigado com a órbita dos planetas e comecei os primeiros passos na área. Por ser um jovem com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e dislexia, alguns professores achavam que o motivo do meu comportamento era a facilidade com temas complexos como astronomia e astrofísica”, contou Rian, citando o apoio que recebeu do Colégio Rotary II:
“Professores, como Mariane e Rubineia, o atual diretor Lindomar Castilho, e a falecida diretora Enilda, sempre me apoiaram e incentivaram a minha participação em competições olímpicas. Um exemplo foi a Mostra Brasileira de Foguetes, quando conquistei a medalha de bronze ao construir um foguete que atingiu 286m de altura”, lembra Rian.
Escolha pelo Consórcio Cederj
Em 2023, Rian tornou-se cientista cidadão do Departamento de Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/NASA), ao se inscrever no programa de caça asteroide, mesmo ano em que começou o curso de Física pelo Consórcio Cederj: “Como preciso trabalhar para ajudar com as despesas, a graduação a distância me dá a liberdade de estudar em horários adaptados à minha rotina e o diploma da UFRJ, que é uma universidade de renome internacional, foi outro fator que impactou na minha escolha”, explica Rian.
A graduação é ofertada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro no âmbito do Consórcio Cederj, que reúne instituições públicas de ensino superior, coordenado pela Fundação Cecierj, vinculada da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Para o presidente da Fundação Cecierj, João Carrilho, é um orgulho ter alunos de projetos da fundação participando de competições nacionais e internacionais. “Se depender da nossa torcida, ele já é campeão. Não tenho dúvida que o Rian vai brilhar ainda mais e conquistará muitas coisas”, comentou.
E o que Rian já almeja é o mestrado e ele acredita que o estudo no Consórcio vai ajudá-lo em seu futuro profissional: “Certamente irá contribuir para uma boa oportunidade no meio acadêmico, atrelado a um bom currículo, publicações de artigos e auxílio dos professores, tenho certeza que conseguirei o mestrado em astrofísica”, disse Rian, que conta com a torcida da diretora do Polo Itaperuna, Rita Valeriotte:
“O Rian é um aluno apaixonado por astronomia e astrofísica e vem se dedicando aos estudos por meio de livros, artigos e fóruns virtuais. Esse menino vai longe e temos muito orgulho do nosso aluno”, comentou a diretora.