O clima está de fato mudando e alterações já são sentidas nos períodos de chuva e seca, na maior frequência de tempestades, no aumento da temperatura média global e do nível do mar, e no derretimento das calotas polares. Essas foram as observações que levaram a ex-aluna do Consórcio Cederj, Catherine Torres de Almeida, de 31 anos, a desenvolver uma pesquisa, que, ao combinar duas tecnologias avançadas em sensoriamento remoto, pode ter aplicação imediata na quantificação de gases de efeito estufa, permitindo um planejamento territorial sustentável das florestas brasileiras.
Por esse trabalho, Catherine ganhou o prêmio CAPES/Natura Campus de Excelência em Pesquisa 2020, organizado em uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Natura, empresa brasileira multinacional de cosméticos. O estudo foi desenvolvido durante a pesquisa de doutorado em Sensoriamento Remoto no Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).
“A conservação e restauração de florestas têm sido recomendadas como uma das medidas para se evitar, ou pelo menos diminuir, o efeito estufa causado pelo aumento das concentrações de determinados gases na atmosfera terrestre. A minha pesquisa combinou duas tecnologias avançadas em sensoriamento remoto para melhorar as estimativas de biomassa da floresta amazônica brasileira e determinar a quantidade de carbono que pode ser emitida para a atmosfera em caso de desmatamento ou degradação. Obter melhores estimativas dessa biomassa permite estabelecer estratégias para o manejo sustentável, a conservação do meio ambiente e a mitigação das mudanças climáticas”, explica Catherine.
Uma das tecnologias utilizadas foi o LiDAR, um sensor ativo que emite feixes de laser para gerar informações tridimensionais da vegetação. A outra consistiu em dados de um sensor hiperespectral, que detecta a luz refletida pela vegetação para produzir centenas de imagens em frequências que vão além das que o olho humano pode enxergar. O uso integrado de dados LiDAR e hiperespectrais, que combinam informações estruturais e bioquímicas da vegetação, melhoraram significativamente as estimativas da biomassa florestal. Foi essa experiência que Catherine apresentou no artigo “Combining LiDAR and hyperspectral data for aboveground biomass modeling in the Brazilian Amazon using different regression algorithms”, publicado na revista Remote Sensing of Environment.
Nesta terceira edição do Prêmio CAPES/Natura Campus de Excelência em Pesquisa foram avaliados 153 artigos publicados em revistas de alto fator de impacto, concorrendo em duas categorias: “Ciências moleculares e bioinformática com aplicações em tecnologias cosméticas” e “Amazônia: a ciência de dados contribuindo para conservação socioambiental e uso sustentável dos recursos naturais”. O outro ganhador foi Vinicius de Medeiros Alves, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ex-aluna de Ciências Biológicas no polo do Cederj de Paracambi (RJ), cidade onde nasceu, ofertado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Catherine também foi tutora de Espanhol do Pré-Vestibular Social (PVS) da Fundação Cecierj, em 2014.
“Eu tinha muita vontade de fazer Biologia, pois sempre me identifiquei com essa área. Ao final do Ensino Médio, também me matriculei em Engenharia Florestal, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e só foi possível conciliar as duas graduações, porque uma era a distância”, explica Catherine, que diz que o curso do Cederj foi muito bom e não vê diferença na qualidade de ensino nas modalidades a distância e presencial.
Catherine diz que a modalidade a distância pode exigir mais disciplina do aluno para acompanhar as aulas e, também, dedicação nas atividades práticas, mas destaca que os tutores dão muito suporte e o curso é perfeito para quem precisa conciliar o horário de estudo com a atividade profissional:
“É uma ótima opção para quem já trabalha, por exemplo, e não pode comparecer presencialmente em período integral. Se eu pudesse deixar um recado a todos que estão pensando em entrar em um curso de graduação, eu diria para a pessoa buscar o que realmente deseja estudar, se ver fazendo e que poderá trazer contribuições à sociedade para além do seu crescimento individual”, comenta Catherine.