Existem muitas formas de percebermos a passagem do tempo: a folhinha do calendário, as datas comemorativas, os aniversários… Aquele cabelo branco que surge quando você menos espera!
Mas antes de todas essas surgirem, a melhor forma de entender e marcar a passagem do tempo era observando a natureza e seus infinitos ciclos: as estrelas no céu e as cheias dos rios; a gestação de um bebê e os dias e as noites; o ciclo do brotar e esmorecer das árvores e da lavoura. A longo prazo, esses ciclos foram sistematizados em estações.
A escolha do melhor ciclo a se usar depende muito do lugar, mas existe um ciclo comum a todos: o caminhar (aparente, porque quem se move mesmo é a Terra!) do Sol no céu. Se a gente observa o nascer do Sol todos os dias, percebe que, ao longo do ano, o astro-rei “dança” no horizonte: baila sempre no lado leste do céu, indo mais ao norte a medida que o inverno vai chegando, só para voltar em direção ao sul quando espera pelo verão. Ao som de uma música inaudível, ele vai treinando os passos ano após ano, com precisão: meio-norte, meio-sul. E então começa tudo outra vez, numa lambada arrasadora.
Neste sábado, o Sol estará em um de seus pontos extremos: o mais ao norte possível. Será o dia mais curto do ano e ele vai começar a preparar seu bailado novamente rumo ao sul. É o dia do solstício de inverno e dá início à estação mais fria e seca no Rio de Janeiro. Quando ele chegar no meio do passo, já em setembro, será o equinócio de primavera e os dias e noites terão a mesma duração. Por fim, quando ele estiver no outro extremo do passo, nascendo o mais ao sul possível, será o dia mais longo do ano, o solstício de verão.
A forma como as estações podem surgir é vasta e depende de cada lugar e cultura. Na dúvida, dance junto com o Sol e você sempre vai saber.
Feliz inverno para nós!