Duas cientistas brasileiras se destacaram ao sequenciar o genoma do novo coronavírus. Ester Sabino e Jaqueline Goes conseguiram identificar as informações que o vírus carrega. Apenas dois dias após a verificação do primeiro paciente com a doença no Brasil, junto com outros pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL), da Universidade de Oxford e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), elas conseguiram este feito. Saber estas informações de um vírus é essencial para que epidemiologistas, virologistas e especialistas em saúde pública continuem as pesquisas e possam desenvolver vacinas.
Mas, porque é necessário sequenciar o vírus? O que isso significa?
Sequenciar o genoma do vírus permite conhecermos a origem do vírus, sua evolução, além de informações sobre sua reprodução e replicação. Nos humanos, essas informações estão contidas no DNA, duas fitas paralelas com várias conexões entre elas, como uma grande escada flexível.
Os vírus, embora possuam material genético, não conseguem se multiplicar sozinhos. Eles necessitam parasitar células vivas e utilizar seus recursos para se replicarem. O material genético do vírus SARS-cov-2, o novo coronavírus, é formado por RNA – uma fita simples que contém a sequência de informações dele. Falando de forma mais científica, é feito de bases com átomos de nitrogênio que regulam suas atividades, bem mais simples que dos humanos.
Sequenciar o genoma do vírus permite descobrir a ordem em que cada base aparece nessa fita e as inúmeras formas de conexão. São mais ou menos 29 mil bases no novo coronavírus.
Este conhecimento científico é fundamental para conseguirmos entender melhor o vírus e para desenvolvermos a cura das doenças que ele causa. Enquanto não encontramos a vacina nem remédios que possam amenizar os efeitos do vírus, dê a sua contribuição: fique em casa!