Você certamente já ouviu falar de microcefalia, aquela doença que causa uma redução de tamanho no cérebro dos bebês, que pode provocar malformações do sistema nervoso central. Essa doença tem relação com um vírus: o vírus da zika. Quem descobriu essa associação foi a equipe liderada por Cecília Turchi. Cecília, uma pesquisadora brasileira, especialista em doenças infecciosas da Fundação Oswaldo Cruz, sucursal de Pernambuco.
Os estudos avançaram bem rápido: foram iniciados em janeiro de 2016 e em abril já haviam resultados claros dessa associação. Cecília montou uma grande rede de colaboradores formada por epidemiologistas, biólogos, neurologistas e pediatras, do Brasil e do exterior. Essa força-tarefa permitiu gerar evidências que associaram infecção por zika e a doença no primeiro trimestre da gravidez (nesse período há mais chances de o vírus, seja ele qual for, ultrapassar a barreira placentária e atingir o feto).
As pesquisas sobre o zika vírus continuam. Ele é transmitido pelo mesmo mosquito que transmite a dengue e a chikungunya: o Aedes Aegypti. Estudos como o de Cecília Turchi e sua equipe são essenciais para esclarecer questões como a transmissão desses agentes, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e as formas de combate e cura. Foi assim com o zika vírus e com o corona vírus não é diferente, só mesmo com muita pesquisa e uma rede de colaboradores fortes que trocam informações poderão levar à conquista da vacina.