Oficialmente, o Consórcio Cederj foi criado em janeiro de 2000, sob a égide da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, com gestão da Fundação Cecierj e a parceria de cinco universidades públicas do Rio (UENF, UERJ, UFF, UFRJ e UFRRJ).  A primeira a colocar em prática projeto Consórcio Cederj foi a UFF, do professor Moisés Lima, em 2001, quando inaugurou o curso a distância de Licenciatura em Matemática.

“Quando o Consórcio foi formado, todas as universidades públicas do estado do Rio de janeiro foram convidadas. Os gestores da universidade, na época, acreditaram no projeto e agilizaram para que a parceria pudesse ser formada. Como a UFF já possuía cursos presenciais em vários municípios do estado, conhecia a necessidade de levar cursos superiores a mais municípios”, revelou o professor Moisés.

Evolução

Moisés Lima ingressou no Cederj como mediador no segundo semestre de 2017. Em seguida, em 2018, passou a exercer a função de coordenador de disciplina; em 2019 assumiu a coordenação do curso de Matemática.

Ao revelar a sua avaliação sobre a evolução da graduação a distância no Rio de Janeiro em comparação com o que acontece no restante do país, ele disse que, devido ao pioneirismo e a eterna busca em melhorar o que já tem a partir de atualizações, é possível dizer que a graduação a distância do Cederj “está caminhando sempre com pelo menos um passo a mais que os demais”. Outro fator favorável é a parceria Cederj/UAB (Universidade Aberta do Brasil) que reúne esforços na esfera estadual e federal, avalia o coordenador.

A graduação em Licenciatura em Matemática foi o primeiro curso da UFF oferecido pelo Cederj. Moisés Lima conta quais foram os critérios que levaram a essa escolha:

“Na época, o Reitor  da UFF era um professor do Instituto de Matemática e conhecia a necessidade de formar professores da disciplina no interior. Ao  perceber que o modelo de ensino era sério, o professor Celso Costa resolveu abraçar a causa que culminou na criação do primeiro curso de Licenciatura em Matemática a distância do Brasil”, contou.

Segundo Moisés Lima, o processo para a implementação da metodologia de ensino passou por diversos desafios e todos eles estão articulados como o mesmo sentido: inovação. Os professores, como eram formados no ensino tradicional, tiveram que escrever materiais didáticos voltados para o ensino a distância sem nunca terem visto material com esse enfoque.

Outro desafio foi selecionar e capacitar mediadores para que pudessem atender os alunos em uma modalidade diferente da que eles estariam acostumados. O aumento significativo do número de provas a corrigir em prazo preestabelecido também foi uma questão importante a ser administrada.

Coord. do curso de Matemática, Moisés Lima

Qualidade

Sobre a experiência da UFF em cursos EaD com o Cederj, Moisés Lima afirma que um dos pontos importantes dessa parceria é o fato de que todos os professores que estão atuando em ensino a distância passaram a ver seus alunos no presencial com outro olhar:

“Dando mais atenção a detalhes só percebidos no ensino a distância. Passaram (os professores) a adotar calendários pré-definidos, ter material pronto com antecedência e mais cuidado na preparação do material”, afirmou.

Outra questão relevante nesse processo é que a graduação em Matemática, em particular, segundo ele possui uma comissão pedagógica formada por professores especialistas em todas as áreas que fazem análises das avaliações antes que elas sejam distribuídas para os alunos. “Isso garante a qualidade e justiça nas provas”, disse o professor.

O coordenador também aponta os ganhos mais significativos alcançados pelos alunos nesses 20 anos de Consórcio Cederj:

“Para os alunos, com certeza, foi a conquista de um diploma de curso superior, que não conseguiriam sem o ensino a distância. Outro ganho importante se dá pela forma como a modalidade impõe ao aluno a seguir o curso, sendo rigoroso em cumprimento de prazos e manutenção de um esquema de estudo. Isso o torna mais competitivo levando a aprovações em concursos públicos e cursos de pós-graduação como Mestrado e Doutorado”.

Em relação ao corpo técnico do projeto (coordenadores de cursos, disciplinas e tutores), Moisés Lima acha que, além da mudança de ponto de vista em relação ao ensino presencial, o professor passou a entender que está no processo ensino/aprendizagem como um mediador:

“Ele entende que o aprendizado quem faz é próprio aluno e não o professor, visto que em EaD não há a figura do professor e os alunos conseguem aprovação e diplomação”, explicou.

Contribuições

Quando indagado sobre que outras contribuições o Cederj poderá oferecer ao ensino a distância no Rio de Janeiro, o coordenador lembrou que, no início do funcionamento do projeto, os poucos polos que haviam ofereciam uma quantidade limitada de cursos:

“Alguns alunos se matricularam em cursos que não desejavam por falta de opção. Eu imagino que o Cederj pode contribuir muito se conseguir ampliar a capacidade dos polos já existentes. Ou seja, passar a oferecer uma diversidade maior de cursos em suas unidades de ensino. Isso pode resolver parte do problema de evasão”.

A partir da sua experiência bem-sucedida no Consórcio Cederj, Moisés Lima se diz otimista com relação à evolução da graduação a distância no estado do Rio de Janeiro em comparação com o que acontece no restante do país:

“Devido ao pioneirismo e a eterna busca em melhorar o que já tem a partir de atualizações, podemos dizer que a graduação à distância do Cederj está caminhando sempre com pelo menos um passo a mais que os demais. Outro fator favorável é a parceria Cederj/UAB, que reúne esforços na esfera estadual e federal”, finalizou.